terça-feira, 21 de maio de 2013

Novas regras de reprodução assistida destacam saúde da mulher e direitos reprodutivos para todos

 
Novas regras de reprodução assistida destacam saúde da mulher e direitos reprodutivos para todos

Qua, 08 de Maio de 2013 19:40
plenaria urgencia e emergencia O Conselho Federal de Medicina (CFM) publica a atualização da resolução que trata dos procedimentos de reprodução assistida no país. A Resolução CFM nº 2.013/13 (acesse a íntegra em PDF) destaca a segurança da saúde da mulher e a defesa dos direitos reprodutivos para todos os indivíduos. A última vez em que a resolução havia sido atualizada foi em 2010, depois de ficar quase 20 anos sem renovação. Para esta revisão, o CFM contou novamente com contribuições dos conselhos regionais de medicina do país e sociedades de especialidades. A resolução preenche uma lacuna importante, pois não existe no Brasil uma legislação que regulamente a prática da reprodução assistida.
A partir de agora, no Brasil a idade máxima para uma mulher se submeter às técnicas de reprodução assistida passa a ser 50 anos. O coordenador da Câmara Técnica de Reprodução Assistida do CFM, José Hiran Gallo, explica que esta medida levou em consideração a segurança da gestante e da criança: “pesquisas em todo mundo apontam que a fase reprodutiva da mulher é de até 48 anos e após essa idade os riscos são evidentes”.
Antes não havia um limite estabelecido e essa idade foi considerada pelo risco obstétrico. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), membro da Câmara Técnica do CFM, Adelino Amaral, para as mães, após 50 anos, elevam-se casos de hipertensão na gravidez, diabetes e aumento de partos prematuros. E para a criança, os problemas mais comum são o nascimento abaixo do peso e o parto prematuro.
Doação compartilhada - A Resolução do CFM ainda definiu os termos para a doação compartilhada de óvulos. Isso ocorre quando uma mulher, em tratamento para engravidar, doa parte dos seus óvulos para uma mulher mais velha (que não produz mais óvulos) em troca do custeio de parte do tratamento. Neste caso, a norma define a idade limite do doador de 35 anos para mulher e 50 para homem.
A nova redação também deixa mais claro quanto ao número de oócitos [mesmo que óvulos] e embriões [fecundação entre óvulo e espermatozoide] a serem transferidos no caso de doação: estes devem ser respeitada a idade da doadora e não da receptora. José Hiran Gallo explica que a decisão se dá porque a qualidade dos óvulos doados são maiores: “a paciente acima de 40 anos tem probabilidade de engravidar em torno 10%, já as pacientes menores de 35 tem chances acima de 40%. Essa limitação reduz as chances de gestação múltipla, que seria mais um fator de risco para mulheres mais velhas. É preciso ficar atento à maturidade desses óvulos e não de sua receptora”.
Diversidade - Outra questão abordada na nova norma do CFM diz respeito ao tratamento de reprodução para casais homoafetivos. A resolução anterior dizia que "qualquer pessoa" poderia ser submetida ao procedimento "nos limites da resolução", no entanto os casais formados por pessoas de mesmo sexo esbarravam em diferentes interpretações. Agora a resolução do CFM deixou mais claro esse direito: “é permitido o uso das técnicas de reprodução assistida para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras, respeitado o direito da objeção de consciência do médico”.
De acordo com o presidente do CFM, Roberto d’Avila, a aprovação da medida é um avanço porque “permite que a técnica seja desenvolvida em todas as pessoas, independentemente de estado civil ou orientação sexual. É uma demanda da sociedade moderna. A medicina não tem preconceitos e deve respeitar todos de maneira igual”.
Para auxiliar nesses casos o CFM ampliou o parentesco para doadoras temporárias do útero. Estas devem pertencer à família de um dos parceiros num parentesco consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau – mãe; segundo grau – irmã/avó; terceiro grau – tia; quarto grau – prima). Em todos os casos também devem respeitada a idade limite de até 50 anos.
Descarte - Com base em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza o uso de embriões para pesquisa com células tronco, e considerando o crescente estoque de material genético, o texto, elaborado pela Câmara Técnica de Reprodução Assistida do CFM, também abordou este tema.
Uma das alterações da Resolução trata do descarte de embriões que estão nas clinicas de reprodução assistida e que não serão mais utilizados pelos casais, como os casos dos que já tiveram seus filhos, estão em separação, ou houve morte de um dos cônjuges. Existem muitos embriões que estão abandonados há 15 anos e não são aproveitados.
Segundo a norma do CFM, após cinco anos, os embriões criopreservados podem ser doados para outros pacientes; doados para pesquisas; ou descartados.Se for da vontade do paciente, esses embriões também podem continuar congelados desde que os pacientes expressem essa vontade e assumam as responsabilidades por essa decisão.
Relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta que no Brasil 26.283 embriões foram congelados somente no ano de 2011. Para congelar esses embriões, os casais pagam uma taxa que varia entre R$ 600 e R$ 1,2 mil, e para mantê-los neste processo é preciso arcar com uma mensalidade. Entretanto cerca de 80% desse material é abandonado pelos pacientes e o banco que arca com as despesas da manutenção repondo nitrogênio e garantindo espaço físico. “A responsabilidade técnica deste material abandonado só ficará a cargo da clínica por cinco anos. Faremos uma convocação desses casais que já abandonaram os embriões e conscientizaremos os próximos pacientes das possibilidades de doação e descarte”, declarou Adelino Amaral.
Veja as principais contribuições da Resolução CFM nº 2.013/13:
IDADE DA PACIENTE - a idade máxima das candidatas à gestação de reprodução assistida é de 50 anos.
DOAÇÃO COMPARTILHADA – Libera a medida e limita a idade da doadora em 35 anos.
IDADE LIMITE PARA DOAÇÃO DE ESPERMATOZÓIDES - 50 anos.
ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO – Ampliou-se para parentesco consanguíneo de até 4º grau.
TRANSFERÊNCIA - A nova redação também deixa mais claro quanto ao número de oócitos e embriões a serem transferidos no caso de doação: estes devem ser respeitado a idade da doadora e não da receptora.
DESCARTE – os embriões criopreservados acima de cinco anos, poderão ser descartados se esta for a vontade dos pacientes.
HOMOAFETIVIDADE – É permitido o uso das técnicas de reprodução assistida para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras, respeitado o direito da objeção de consciência.

Veja onde encontrar tratamento de reprodução assistida pelo SUS



Veja onde encontrar tratamento de reprodução assistida pelo SUS


Segundo a portaria nº 3.149 do Ministério da Saúde, os hospitais que vão receber os recursos para procedimentos de reprodução assistida são:
- Centro de Reprodução Assistida do Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), antigo HMIB, em Brasília, vinculado à Secretaria de Saúde do DF
- Centro de Referência em Saúde da Mulher, antigo Hospital Pérola Byington, em São Paulo, vinculado à secretaria de saúde do Estado de São Paulo
- Hospital das Clínicas de São Paulo
- Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP)
- Hospital das Clínicas da UFMG, de Belo Horizonte (MG)
- Hospital Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre (RS)
- Hospital das Clínicas de Porto Alegre (RS)
- Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP, em Recife (PE)

Clique aqui para saber mais sobre as novas regras de reprodução assistida.

Leia também: Mudanças na reprodução assistida permitem maior acesso à técnica

Saúde marca Dia da Camisinha feminina (12) com distribuição do preservativo


 

Saúde marca Dia da Camisinha feminina (12) com distribuição do preservativo

Na data, comemorada ontem (12), o Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou o repasse de 4 milhões do insumo aos estados este ano

Conteúdo extra: Photo Gallery

O Ministério da Saúde já distribuiu este ano, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de quatro milhões de preservativos femininos. Já foram enviados aos estados os três primeiros lotes das 20 milhões de unidades compradas em abril e que serão entregues ao longo de 2012. Esta foi a primeira compra brasileira de preservativos femininos da terceira geração, fabricados com borracha nitrílica, que proporciona mais conforto e aceitabilidade.

A distribuição de camisinhas femininas faz parte da estratégia da política brasileira de ampliar as opções de proteção das mulheres às epidemias de HIV e aids e outras DST.
Prioritariamente, as camisinhas femininas serão distribuídas às populações definidas de acordo com critérios de vulnerabilidade:

  • Mulheres atendidas pelo CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento)
  • Mulheres atendidas pelo sistema prisional;
  • Mulheres com DST (doenças sexualmente transmissíveis);
  • Mulheres vivendo com HIV/aids;
  • Profissionais do sexo feminino;
  • Usuárias de drogas;
  • Mulheres atendidas na Rede Básica da Saúde;

 

“A camisinha feminina é mais uma estratégia de prevenção para enfrentar a resistência cultural que o preservativo para mulheres ainda encontra na sociedade”, observa o diretor-adjunto do Departamento, Eduardo Barbosa. Segundo Eduardo, “a nova tecnologia usada nos preservativos de terceira geração que está sendo distribuída pelo ministério é uma das formas de quebrar muitas barreiras ao uso, pois é mais confortável e menos barulhenta – crítica comum a esse tipo de camisinhas.

 

História – O preservativo feminino chegou ao Brasil em 1997, quando a Anvisa aprovou a comercialização. Desde então o Ministério já adquiriu e distribuiu cerca de 16 milhões de preservativos para as 27 unidades da federação. A nova compra desse insumo é maior do que todas as já feitas pelo ministério.

 

Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP), realizada pelo Departamento em 2008, mostra que cerca de 90% das mulheres sexualmente ativas conhece ou pelo menos já ouviu falar da camisinha feminina. Se em 2005, apenas 4% das mulheres afirmava ter experimentado o insumo, em 2009, esse número subiu para 9%, o que significa um aumento de 100% da disseminação do acesso ao preservativo.

 

Além de adquirir e distribuir os insumos, o Ministério da Saúde orienta Secretarias Estaduais e Municipais para que adotem medidas que facilitem o acesso à camisinha, que pode ser retirada em postos de saúde, hospitais e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs). As recomendações são a de não exigir prescrição médica e documento de identidade nem presença em palestra ou em qualquer tipo de reunião para pegar camisinha nesses locais.

 



Preservativo Feminino


Estado/Região
Quantidade


Acre
70.000


Rio Branco
51.500


Amapá
40.000


Macapá
51.500


Amazonas
75.000


Manaus
54.000


Para
75.000


Belém
54.000


Rondônia
75.000


Porto Velho
32.500


Roraima
67.500


Boa Vista
46.500


Tocantins
68.000


Palmas
51.500


Total Norte
 


Alagoas
105.000


Maceió
51.500


Bahia
82.500


Salvador
54.000


Ceará
80.000


Fortaleza
51.500


Maranhão
83.000


São Luiz
84.000


Paraíba
80.000


João Pessoa
39.000


Pernambuco
80.000


Recife
46.500


Piauí
88.000


Teresina
51.500


Rio Grande do Norte
65.000


Natal
48.000


Sergipe
80.000


Aracaju
53.000


Total Nordeste
 


Distrito Federal
82.500


Goiás
72.000


Goiânia
52.000


Mato Grosso
73.000


Cuiabá
63.000


Mato Grosso do Sul
80.000


Campo Grande
52.500


Total Centro Oeste
 


Espírito Santo
77.500


Vitória
80.500


Minas Gerais
75.000


Belo Horizonte
55.000


Rio de Janeiro
80.000


Rio
32.500


São Paulo
400.000


São Paulo Município
170.000


Total Sudeste
 


Paraná
130.000


Curitiba
65.000


Rio Grande do Sul
80.000


Porto Alegre
50.000


Santa Catarina
73.000


Total Sul
 


Total Nacional
3.958.500